Eu esvaneço.
Me dissipo no vento tal qual névoa, desaparecendo um pouco de cada vez até a
minha não existência. Pouco a pouco vou sendo devorado pelo abismo, sendo
condenado a ficar preso ao vácuo eterno, fico sozinho nas trevas.
Nos distanciamos,
apesar de todas as juras de eternidade, de todas as promessas de que nunca seguiríamos
caminhos opostos isto acabou acontecendo. Lutamos, inutilmente, contra isso, fizemos
novos votos só para os mesmo serem quebrados. Você acabou se tornando Norte, enquanto eu me
mantive Sul.
Nossos
momentos marcantes foram se fragmentando, ruindo, sendo substituídos por
momentos novos, sensações e sentimentos novos, pessoas novas... Fiquei
obsoleto. Um brinquedo velho que já não serve mais para o seu entretenimento, não
lhe arranca mais sorrisos, já não te encanta mais como antes. Um brinquedo
anacrônico fadado ao sótão poeirento e abandonado.
Já deveria
saber que a eternidade é um conceito falho, fantasioso, inexistente. Deveria
ter anotado o sábio conselho que ouvi uma vez: “Nada dura para sempre, até
mesmo as estrelas perdem seu brilho e retornam ao pó”. Você era minha estrela, você transformou o que
tínhamos em pó.
De certa forma
eu já sabia disso, mas a Esperança, esta criatura cruel e venenosa que sempre
ludibria os homens, enchendo seus corações de sonhos vazios, me fez ignorar a Cassandra
e o seu dom de sempre prever tragédias.
Ser esquecido, e depois trocado, dói mais do
que ter o seu coração partido. É uma dor mais constante, leva mais tempo para
que essa ferida se feche. É como chorar
o luto por si mesmo, afinal, você morreu para o outro.
Tudo que
começa um dia vai acabar, tudo que se acende se apagará, tudo que nasce um dia
morre. Nada é eterno, não há saída. Estamos
todos condenados a este ciclo cruel, a tortura mais sádica de todos os Infernos.
O que é injusto é que parece que fui um dos poucos que foram condenados a se
lembrar, castigado eternamente a ficar preso no passado, ferido demais para
continuar.
E então eu
esvaneço, deixo de existir, assim como o amor que tínhamos, como a amizade que cevávamos,
como o carinho que nutríamos um para com o outro. Tudo tão efêmero, tão fugaz. Tudo é tão eu e
você nunca mais.
As lágrimas vieram ao olho seguidas pelo nó na garganta, adorei.
ResponderExcluirParabéns vc escreve muito bem
ResponderExcluirA vontade que fiquei de chorar foi grande. Cada palavra me tocou. Adorei demais!
ResponderExcluirVocê escreve muito adoro entra no blog e ler suas crônicas
ResponderExcluirAgir racionalmente é não se deixar levar por sentimentos, emoções, fantasias, crenças religiosas, sobrenatural... como eu gostaria conseguir agir assim, quem sabe as decepções diminuíssem. Aguardo o próximo texto ;)
ResponderExcluirEscrita muito boa, como sempre.
ResponderExcluirParece até tirado de suas experiencias, deu para sentir os seus sentimentos no texto.
Espero os proximos \o/
Ai Chris, sério velho, que texto lindo, que texto foda, eu já te disse, tu tem um dom, cuida dele, e continue fazendo isso que tu ta fazendo, mesmo o texto destruindo meu coração, me tocando de um jeito nada sutil, ele consegue ser fino, ser leve e só pesa quando é digerido, ah, serio, amei!
ResponderExcluirIncrível sua capacidade de tocar as pessoas com suas palavras, texto maravilhoso, parabéns Chris !
ResponderExcluirótimo texto, Chris
ResponderExcluiracho que vc conseguiu transformar o sentimento em palavras mt bem, e por tds os coments acima, tocou o coração de todo mundo (y) parabens, migs~
espero que os próximos continuem tocando o coração de todos, mas deixem-nos felizes, pq assim eu saberei que vc tá feliz tb XD uaeuhaeauhe
até os próximos ♥
AI LINDOOOOOO ADOREI O TEXTO
ResponderExcluirMARAVILHOSOOOOOOOO
UUUUUUUH